Fotos Charles Guerra (Diário)
Professora Sônia Santos orienta os alunos a encontrarem matérias no site do Diário e a escreverem as cartas para o espaço do leitor
Na era da internet e dos aplicativos de comunicação, enviar cartas (em papel ou e-mails) já não é uma prática comum. Mas a professora Sônia Santos, 51 anos, que leciona português, literatura e redação na Escola Estadual Manoel Ribas, em Santa Maria, criou um projeto em que os estudantes mandaram correspondências eletrônicas ao Diário. Até sexta-feira, o jornal recebeu mais de 80 cartas de alunos do colégio. A iniciativa é mostrar aos adolescentes que existe um espaço no jornal específico para o leitor e para fazer com que tivessem contato com outros tipos de leitura e escrita.
Resultado do Enem 2017 já tem data para ser divulgado
De acordo com Sônia, o projeto é aplicado há cerca de cinco anos com os estudantes. Agora, são oito turmas do 3º ano e quatro do 1º ano do Ensino Médio que participam da atividade. A ideia é que eles tenham contato com as notícias da cidade e façam suas considerações. Podem ser elogios, críticas ou até mesmo sugestões.
Para manter o interesse dos alunos, Sônia utiliza a versão online do jornal e passa o endereço de e-mail para o qual as cartas devem ser enviadas.
- Como a escola é assinante do jornal, aproveito. Muito deles nem sabiam da existência dessa seção, que é do leitor - conta a professora.
ESPERA PELA PUBLICAÇÃO
Depois que as cartas são publicadas na seção "Fala, leitor", a professora separa a página do jornal e coloca em exposição no mural do corredor da escola. As estudantes Gabrielle de Carvalho, 16 anos, e Jéssica Medeiros, 17, ambas do 3º ano, já estão com as cartas no mural. Elas dizem que é uma sensação muito boa ver que as opiniões delas importam e que mais pessoas se identificam com o que elas pensam.
Politécnico divulga segunda chamada dos aprovados no Ensino Médio
Jéssica escreveu sobre a falta de iluminação pública na cidade e, principalmente, no bairro em que mora, que é o Parque Dom Antônio Reis.
- Quando eu descia do ônibus tarde da noite, depois do cursinho, eu precisava usar a lanterna do meu celular para ir até em casa. Além da falta de iluminação, a rua tem muitos buracos, e eu ficava com medo de cair - conta a menina.
Já Emanuele Félix, 18 anos, ainda aguarda a publicação da carta que enviou, com opinião sobre o descaso no entorno do Viaduto Evandro Behr. Ela diz que o projeto da professora Sônia é positivo por incentivar os alunos a lerem e a estarem cientes dos acontecimentos da cidade.
A colega Alyssia Schaf, 18 anos, também já enviou uma carta opinando sobre o caso do pai que teria abusado da filha de 11 anos. Para a adolescente, ler notícias e debater os temas com outras pessoas é o que gera senso crítico, especialmente nos jovens. Ela conta que tem o costume de ler jornal, mas confessa que sempre deu mais atenção à seção de esportes. Agora, depois de participar do projeto, está lendo todas as notícias com mais cautela.
ENVIE A SUA CARTA
- Contribua com críticas, sugestões ou elogios ao Diário
- As manifestações podem ser enviadas para o e-mail leitor@diariosm.com.br
- Todas as cartas são analisadas